O primeiro dia

Tudo é relativo. Foi com o calendário gregoriano que o primeiro dia do ano passou a ser o primeiro de Janeiro. Há quem o comemore a 19 de Março, que para a Igreja Católica é o dia de São José.
O calendário hebraico esse é de base lunar, composto alternadamente por 12 ou 13 meses, de período igual ao de uma lunação, de forma a que o primeiro dia de cada mês é sempre o primeiro dia de lua nova. Aí estamos no ano de 5772.
O calendário chinês, por sua vez, é uma mescla da lua e do sol. Cada ano possui doze lunações acarretando em um total de 354 dias. «Para não se perder a sincronia com o ciclo solar (de 365,25 dias), são acrescentados a cada oito anos noventa dias ao calendário, ou, aproximadamente duas lunações. Desta forma não se perde a sincronia nem com o ciclo solar, nem com o lunar». Por isso, segundo esse calendário, estamos em 4709.
Contado, o tempo mensurável é apenas uma parte do tempo  contínuo. A separação entre o que foi, o que está, e o que virá, é apenas uma ilusão. Uma ilusão convincente, apenas. Disse-o Albert Einstein. Para quem tenha a profundidade desse saber comemora-se a 25. Perpétuamente.

P. S. Mão amiga faz-me chegar esta rectificação: «com o calendário juliano, da reforma de Júlio César (45 a.C.), já o início do ano tinha passado do 1.º de Março para o 1.º de Janeiro, como a duração do ano avaliada em 365 dias e 1/4, ano comum, e, de 4 em 4, um ano bisssexto com 366 dias. A reforma gregoriana, de Gregório XIII, apenas lhe impôs a supressão de 10 dias, em 1582, passando-se então do dia 4 de Outubro para o dia 15, desse mesmo ano, para recuperar a desfasagem causada pela a inexactidão do calendário juliano, baseado na duração da translacção da Terra em 365,25 dias - um ano - diferente da duração real, que, de resto, também não é a da reforma gregoriana (365,2425), ainda que mais aproximada dela (365,2422)».
Tal qual a recebo, assim a publico. Segundo dia, alinha-se a rota do primeiro, seguindo quem sabe do astrolábio o caminho pelas estrelas.